A intervenção preventiva no Monte do Carrascal 2 (Ferreira do Alentejo) aproxima-se do final, com um esforço de alargamento interdisciplinar que produzirá informações cruciais para a preservação e o estudo subsequente deste sítio incontornável para a compreensão da Pré-história do Ocidente peninsular.
Os trabalhos de Arqueologia já realizados no sítio, que já fora objecto de uma primeira intervenção por uma equipa da Era – Arqueologia, demonstram para lá de quaisquer dúvidas o potencial científico do Monte do Carrascal 2, que consiste numa complexa estrutura funerária pré-histórica, de que até agora só se escavaram (e apenas parcialmente!) dois hipogeus. A relevante importância científica do sítio, de resto, implicou até por parte da Dryas um investimento que ultrapassa em muito os limites (e o orçamento) de uma mera intervenção de Arqueologia contratual, mas ao qual a Dryas não podia eximir-se, por motivos de elementar ética profissional. Em virtude daquele alargamento do leque disciplinar, a intervenção que realizamos nesta necrópole periférica do povoado do Porto Torrão conta hoje com resultados complementares das áreas fundamentais da Arqueologia e Bioantropologia, mas também da Geoarqueologia, Arqueotanatologia, Geomática, Tecnologias espaciais, Geofísica, Tecnologia lítica e cerâmica e Traceologia, para além das análises radiocronométricas e micromorfológicas, cujos resultados ainda se aguardam.
Assim, cumpridas as exigências legais de minimização de impacte patrimonial impostas à EDIA, SA, empresa promotora da obra de infra-estruturação que motivou a realização da intervenção preventiva no local, importa agora garantir a preservação do registo arqueológico que permanecerá por explorar no sítio, bem assim como a sua acessibilidade para prossecução dos trabalhos de terreno, agora no âmbito de um enquadramento legal e institucional distinto.